Via: Agência CMA
São Paulo – O segmento de tecidos, vestuário e calçados registrou o segundo maior impacto na inesperada queda nas vendas do varejo em fevereiro em relação a janeiro, ficando atrás apenas do setor de maior peso, relacionado à alimentação, bebidas e fumo. Porém, a expectativa é de que as compras de roupas, sapatos e artigos relacionados melhorem em março, ganhando força com o Dia das Mães e a chegada do inverno.
“Março pode ser melhor, com crescimento em relação a fevereiro, mas forte mesmo deve ser em maio e durante o inverno”, afirma, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Valente Pimentel. Por isso, ele mantém a previsão de alta de 5,5% a 5,8% nas vendas do setor no acumulado de 2018.
Ele lembra que o Dia das Mães é uma “data única e muito importante”, que sempre foi considerada um “segundo Natal”, apesar do impacto recente da Black Friday nas vendas de fim de ano. Ao mesmo tempo, a estação mais fria do ano com temperaturas mais baixas pode beneficiar as compras para a coleção seguinte.
“Se [o inverno] vier forte, abre espaço para a estação de Primavera-Verão”, afirma. Contudo, ele lembra que a realização da Copa do Mundo de Futebol, sediada na Rússia, entre meados de junho e meados de julho, pode “drenar recursos” para compras de bens duráveis.
Números
Para Pimentel, a queda da atividade de tecidos, vestuário e calçados em fevereiro, tanto na comparação mensal quanto no confronto anual, não deve ser considerada como uma reversão de tendência. “Recuperações vindas de uma recessão profunda têm seus altos e baixos”, avalia.
Segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o segmento caiu 1,7% ante janeiro, compensando o avanço de 0,8% registrado no período imediatamente anterior, ao passo que em relação a fevereiro de 2017, a queda de 5,8% interrompeu uma sequência de 12 taxas positivas.
Já a taxa acumulada em 12 meses seguiu positiva (7,0%), mantendo a recuperação iniciada em outubro de 2016, ainda conforme o IBGE. “[Os números] mostram que o varejo não está muito aquecido, tanto que apresentou queda nas duas bases de comparação. Houve um ‘fraquejamento’”, diz Pimentel.
Importação
Ele aponta que o principal desafio para o segmento têxtil e de confecções são as importações. “O que complica é que a importação de vestuário tende a crescer acima do ritmo do varejo”, observa, referindo-se, principalmente, à produção nacional.
“A produção também está aquém mantida a tendência de importações e não sobraria nada para a indústria nacional do setor para puxar o consumo”, afirma. Ainda assim, o presidente da Abit avalia que há um “círculo virtuoso” para as vendas no varejo, diante da queda nas taxas de juros e da perspectiva de mais liberação de recursos para o consumo.
No entanto, ele avalia que se as importações crescerem ao redor de 20% isso pode representar, em média, que 50% do crescimento do consumo seria via produto importado. “Não temos viés contra comércio internacional”, pondera, lembrando que também existem as incertezas internas, que podem pressionar o varejo como um todo.
Fonte: Agência CMA | www.agenciacma.com.br
Postado por: JB Dublagem | www.jbdublagem.com.br